quarta-feira, 23 de abril de 2014

Vai chegar o dia, em que você vai olhar para trás e ter vontade de jogar todas as lembranças fora.
Vai pegar aquela velha caixa, e só guardar tudo lá dentro, já não basta mais. Guardado ainda faz lembrar, ainda machuca.
Você vai pegar as cartas, e prometendo não lê-las, vai jogando uma a uma ao vento. Talvez, você quebre a promessa de não olhar o que estava escrito, mas do que importa? Tudo está sendo jogado ao vento.
As fotos, uma a uma sendo colocadas ao fundo da caixa. Em um fundo, tão profundo, que não pode mais ser alcançado.
As músicas gravadas, você se obriga a deixar de ouvir. As melodias deixaram de fazer sentido há tempos... Talvez, nunca fizeram.
Ainda causa uma coisa estranha.
E é por isso, que a caixa, com uma rosa murcha, com fotos, cartas, cheiros e melodias, foi para o lugar dela.
Onde já deveria estar.
Agora a casa arejou.
E o coração, com o tempo, será invadido por novos ares.

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