Eu sentia suas lágrimas escorrerem em meu rosto
Sentia sua dor de longe,
meu coração me avisava sua aflição
Eu entendia seus diversos olhares
Tinha certeza quando estava sorrindo mas no fundo queria mesmo...
Chorar.
Eu sorria ao ver seus olhos sorrirem,
e me encantava com essa capacidade dos olhos mostrarem tanta alegria.
Eu entendia o seu fim, mesmo estando no início.
Eu sabia todas as suas respostas antes mesmo de existirem perguntas
Conhecia os detalhes minuciosos
Carregava sua vida como se fosse minha, ou vivia uma vida...
... que era nossa.
Chorava ao te ver partir.
Me alegrava ao te ver voltar.
Já fiz coisas que não queria para te dar alegrias.
Contei meus maiores e menores segredos
me inventei e reinventei e mesmo assim fui entendida
Fui de todas as maneiras.
Girei o mundo de cabeça para baixo mas mesmo assim,
mesmo girando, você não soltou minha mão.
E se hoje eu "vivo" mais ao "norte" e você mais ao "sul",
se hoje nossos olhares não se cruzam,
se hoje não tenho o coração tão sensível capaz de sentir a dor que ainda não chegou,
ou dar a melhor notícia primeiro,
é porque bem ali, no meio do caminho tinha uma muralha.
Mas o que é uma muralha para quem já "girou" o mundo?
Me responda, o que é uma muralha? O que ela está fazendo ali?
Me recuso a parar por tão pouco.
Me recuso a não pular, a não destruir.
Porque eu sei, que bem ali do outro lado,
sua mão ainda estará aberta para segurar a minha.
Talvez machucada, talvez cansada de esperar...
... mas eu sei, sim eu sei que ela estará ali.
por: Raquel Seidler
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